segunda-feira, 4 de abril de 2011

Vagas lembranças agora de uma infância não vivida.
Sempre tendo que adotar uma postura, tendo que ser uma estátua de pedra pra aguentar aquele choro repentino noturno. Tantas noites mal dormidas, sempre alerta pra mais uma tentativa de suicídio.
Tantas vezes eu acordava na janela daquele apartamento e olhava pra do meu vizinho, ele assim como eu tinha uma vida bem conturbada e desta vez a janela dele estava quebrada, reflexo da briga do dia anterior e dos grito que faziam tremer o chão.
Acendia a luz e esperava por ver o invisível, nunca tive medo, eu sentia que algo muito ruim estava alí.
E em um dia de céu claro eu pedi a Deus daquela janela: Senhor, se tudo isso um dia vai passar... Me mostre Deus com apenas uma prova. Faça que desse céu claro, sem qualquer nuvem negra de chuva, caia em minha mão, somente uma gota de chuva  e me dê a esperança que a muito tempo morrera. E o inacreditável aconteceu...

Eu pedi tantas vezes a ele: Por favor não nos abandone, agente precisa de você. E no dia seguinte ele não estava mais. E nos natais ele também não apareceu mais, e nos anos que se seguiam eu tive que ser a psicóloga dela e a minha dor eu só abafava, tinha que ser forte pra ajuda-la.

O pingo de chuva caiu. Caiu bem na minha mão...
Eu chorei muito mesmo, pois naquele momento a cética morria, e nascia alguém com a certeza de que não estava mais sozinha.

Muitas coisas se resolveram após aquela infância onde as bonecas eram só de enfeite. Mas ainda sinto a solidão aqui é como se faltasse algo. "ELA" ainda chora, mas eu sei que daqui algum tempo a minha missão irá se cumprir em relação a ela. Aí então poderei resolver a minha vida, será?

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