sábado, 30 de abril de 2011

Prometi a mim mesma que quando passasse eu não tocaria mais nesse assunto, mas quando realmente tudo passou essa promessa deixara de fazer sentido. E essa é a primeira vez em 2 anos que escrevo algo sobre aquele passado, aquele segredo....


Ele sentado do meu lado na poltrona, eu dormia tranqüila e senti logo após, ele encostar a mão na minha.
Era quente ainda aquela mão, como no passado, e com o frio que fazia, foi quase como um choque térmico. No momento em que tocou foram surgindo automaticamente as lembranças.

Lembrei daquela amizade fiel que tínhamos, e das noites e noites de conversa aqui na porta da minha casa. Lembrei dos conselhos e de cada presepada que me aprontava, das vezes que me fazia de maluca e das vezes que me contava sobre as garotas.
Lembrei das idas a estiva, e das gritarias nos ônibus coletivos...
Da primeira vez que ficamos sem nos falar e que durou quase 4 meses.
De todas as meninas que fiquei sem falar por causa dele, inclusive até amigas minhas.
Da música que fazia lembra-lo.
Da primeira viajem que fizemos juntos.
Lembrei da 1º vez em que disse que eu era sua melhor amiga e das vezes que faltou com sua palavra.

Lembrei também de muitas coisas que não queria lembrar...


É incrível como a vida é irônica. Todos os dias eu pedia apenas que ele sumisse da minha visão, e quanto mais pedia, mais perto eu tinha que ficar.
Mas naquele dia eu sentada entendi...
Não é fugindo que os problemas passam. São coisas que você tem que enfrentar ali todo dia, bem perto. Essa é a melhor forma de amadurecer.

Se fosse alguns tempos atrás, aquela mão tentando pegar a minha significaria muito. E hoje nem sequer um friozinho na barriga senti.
Abrir os olhos e os fixei nele por um bom tempo, aquele que estava ali já nem parecia ser o mesmo do passado.
Fechei os olhos pra cochilar novamente, afastei a mão, afinal tinha ainda alguns minutos pra descansar até chegar ao mesmo destino de todos os dias, não poderia ficar pensando no passado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário