No meio da multidão aquela pessoa não era nada, era simplesmente mais uma. Mas teve algo nela que chamou a atenção: o seu olhar.
A verdade estava estampada neles e deles emanava.
Uma multidão de gente passava por aquele olhar e desviavam, ninguém gostava de encarar a verdade. Por isso o emanador se sentia perdido, a verdade nos seus olhos estava perdida.
Todas as outras pessoas estavam seguindo em duas direções, todas menos eu que olhava agora aquela pessoa. Então pensei: Fugir como as outras, ou encarar a verdade de fato?
Olhei para o lado e para o outro e haviam duas ruas estreitas, cada uma com suas placas sinalizando: a do lado esquerdo dizia ilusão e a do direito dizia engano, onde a multidão se apertava pra passar.
Eu decidir encarar. E só aí pude entender o motivo de todas aquelas pessoas fugirem.
Para encarar aquela verdade toda havia um preço. A verdade muitas vezes dói, arranca tudo aquilo que é mais oculto de você, aquilo que você mais teme expor.
E ela machuca tanto que seu coração sangra e escorre pelos olhos.
Mas ela te liberta das ruas estreitas da ilusão e do engano.
E a partir do momento em que você encara a verdade você passa a ser real e pode se juntar aquela unica pessoa em meio a multidão.
Mas quando pensa que tudo está resolvido, se engana arduamente...
Depois que você passa a ser emanador de verdade, você sente o drama de todos te evitarem, de todos desviarem os seus olhares, de temerem estar perto de você, de ninguém querer aceitar aquela verdade vinda dos seus olhos
E você está tão sozinho enquanto tantas pessoas decidem descer por caminhos escuros, estreitos...
Mas existe uma em meio a multidão, e nem tudo está perdido.
Por: Vivian Jansen
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