quarta-feira, 29 de junho de 2011

O velhinho

Quando chegava em casa da escola, quase sempre dava de cara com um velhinho que morava na minha rua. Sempre vinha acompanhada de amigos, porem quando via esse senhor sempre parava e ficava observando-o. O engraçado mesmo é que todos os cachorros da rua latiam pra ele, os que estavam dentro de casa, pois os vira-latas da rua vinham em sua direção raivosos. O senhor (que até hoje não sei o nome), fazia gestos de horror e espantava os cachorros e era uma cena muito engraçada... Parecia que o velhinho ia quebrar a qualquer momento.

E toda vez que os cachorros caiam fora o velhinho olhava pra gente que estava passando no momento e abria um grande sorriso. E naqueles olhos expressivos havia um reflexo de uma vida toda.


Eu não sei o por que, mas criei um carinho tão grande por aquele senhor. E pensei no fato de que estamos correndo a cada dia pra uma sociedade fria, onde tanta gente jovem passa por você e nem ao menos te encara, enquanto aquele senhor já cruzando a linha da vida e da morte, olha pra você e te salva o dia com apenas um sorriso.

Eu certamente lamentarei mesmo se um dia ouvir a notícia de que aquele velhinho que tinha tanta energia pra espantar os cachorros da minha rua chegara a falecer. Pois significará mais uma perda de uma sociedade quase escassa.






 Em um dia chuvoso, lá estava o velhinho correndo atrás de abrigo. Eu que estava na porta da minha casa ofereci para que esperasse a chuva passar no terraço . Ele aceitou e ficou no portão da minha casa olhando os pingos grossos d'água caírem no chão. Eu apenas fiz companhia a ele e participei ao seu lado o seu momento de reflexão. Um dia chegaria a minha vez de ter aquelas rugas, mas não sabia se teria a mesma força e vontade de viver daquele senhor.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Osmose

Foi por osmose.


Que absorvi toda a frieza que recebi, e sem perceber me tornei assim.

Lógico, não poderia deixar que esse lado despertasse e machucasse muita gente próxima de mim. Mas foi involuntário que acabei magoando quem não merecia. Conclusão: fiz aquilo que fizeram comigo. Fiz o que mais detestei ter sofrido.

Mas uma coisa certa, eu ainda posso reconhecer esse meu lado e quero mudar mesmo. Não importa quantos perdões terei de implorar. Ainda existe um resto daquela menina serena e boa aqui dentro de mim.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

"Existe apenas um pecado, um só. E esse pecado é roubar. Qualquer outro é simplesmente a variação do roubo. Quando você mata um homem, está roubando uma vida. Está roubando da esposa, o direito de ter um marido, roubando dos filhos um pai. Quando mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando trapaceia, está roubando o direito à justiça [...]"




O caçador de Pipas.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Não sei o que está acontecendo

Mas parece que quando vem uma coisa acontecem outras sucessivas...

É como as pessoas falam, efeito dominó.

Cabeça rodando ainda.

terça-feira, 14 de junho de 2011

As tardes não serão as mesmas...

Ainda que a unica coisa que recebi todo esse tempo foi o silêncio.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Existem pessoas estrelas. Existem pessoas cometas.

Os cometas passam. Apenas são recordados pelas datas, esquecemo-nos do dia em que os avistamos.
Os cometas são como aves migratórias, as estrelas assentam raízes e em direcção ao sol florescem.
As estrelas permanecem. Os cometas, esses, simplesmente desvanecem.
São corpos que vagueiam no vazio do universo, por eles e pena que meramente sentimos.

Existem muitas pessoas que são meros cometas, num movimento circular eterno.

Pessoas que passam pela nossa vida suavemente como fugazes errantes.
Pessoas que não prendem ninguém a elas, nem ninguém a elas se deixa prender.
Pessoas que vivem só, isoladas, sem amizade, sem companheirismo, sem amor nem saber.
Pessoas que vivem sem iluminar ninguém, sem aquecer ou presença marcar, passam por nos só por uns meros instantes.

Existem muitas pessoas que são meros cometas, num movimento elíptico eterno.

Assim são muitas pessoas, que se dizem ligadas as artes, sejam elas quais sejam.
Todos têm os seus '15 minutos de fama'(Andy Warhol), neste palco a que chamam de vida.
Com a mesma rapidez que surgem, assim também irão desaparecer, deixando o seu rasto de nada.
Desta forma subsistem Homens e Mulheres, apaixonam-se e desapaixonam-se com a maior das facilidades.
Assim são as pessoas que vivem em família, capazes de subsistir dia após dia num cemitério de verdades.
Sem notarem a presença de um ou do outro, assim permanecem, deixam que a vida por eles vá passando, somente para que outros a vejam.

Difícil mas certamente mais importante, e ser estrela, marcar presença, estar junto, ser e ter amigos.
Podem anos passar, podem distâncias surgir, mas a sua marca ficara gravada, a ferro quente, em nosso coração.
Coração esse, que não se quer apaixonar, por meros e inconsequentes comentas neste mundo perdidos.
Esses apenas atraem olhares vãos e passageiros, sem constância, sem futuro, alimentam-se da mera ilusão.
Muitas pessoas são como cometas por uns vazios e incipientes momentos vendidos.
Elas por nos passam, batemos palmas, gostamos, e depois desaparecem, esquecemo-nos delas, não passam enfim de inócua poeira deste chão.

Ser cometa significa não ser amigo, ser cometa significa ser companheiro por meros instantes ocos e vazios.
Ser cometa significa explorar sentimentos, ser cometa, significa fazer acreditar para depois ir desacreditando.
A triste solidão das pessoas, resume-se na dura realidade, de que não podemos contar com ninguém, estamos sozinhos.
Nascemos cegos de olhos fechados, crescemos em ilusões embebidos, para morrermos envoltos na escuridão, assim por ela vamos esperando.

A solidão triste e o resultado de uma vida gasta, perdia, a ser cometa num vazio eterno.

Na realidade ninguém fica, todos passam, as pessoas banalmente passam por tudo e todos assim.
E urgente parar este mundo de inconsequentes cometas e criar um eterno mundo de estrelas.
Para que sem medos, todos os dias nos as possamos sentir bem perto e certamente vê-las.
Para que sem medos, possamos contar com elas e elas saberão que nos dizemos presente.
Assim são os amigos, uma luz na vida de todos, pode-se contar com ela e com o seu brilho para sempre.
São terna presença, são aragem em momentos difíceis, são luz que ofusca a soturna escuridão, por fim.

Agora quando se olha para esses efémeros cometas, sabe bem como eles não se sentir.
Nem se desejar deixar-se ir, preso a sua cauda tenebrosa e fugaz, que tudo esmorece.
Agora quando se olha para esses cometas, sabe-se o quanto e bom se sentir e ser-se estrela, que não padece.
Alegra-nos marcar a diferença simplesmente pela presença, saber o quanto e bom existir somente para se ir fazendo sorrir.



Adaptação de:

"Cometas e Estrelas" from Dr.º Flávio Gikovate

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Deus, a uns
da um dom de amar fielmente as pessoas
e a outros a sorte de serem amados incondicionamente
aqueles que amam fielmente passam a vida de um talvez reconhecimento
mas se conformam em somente ver aquele que tanto se doa feliz
o outros apenas desejam ser só e somente só amados